Uma professora, a mando de um aluno da sala, resolve começar a tirar pontos de todos os outros alunos, apenas para favorecer aquele primeiro, o que mandou. Esse, beneficiado, não perde pontos e ainda consegue ganhar o dos colegas. Assim, toda a sala se revolta e perde a paixão de ir à escola.
   Isso é o que vem acontecendo com o Campeonato Brasileiro de Futebol desse ano. Um aluno chamado Corinthians pediu à professora CBF que fizesse o que foi citado anteriormente, então, os alunos Atlético-PR, Fluminense, Cruzeiro e Vitória foram apenas alguns dos prejudicados, que poderão fazer milhões de pessoas perderem a vontade de ir a um estádio.
   É um absurdo, além do que acontece dentro de campo, o que acontece fora dele. O Sr Andrés Sanchez, presidente do Corinthians, foi convidado, de maneira surpreendente, a ser chefe da delegação brasileira durante a Copa do Mundo na África do Sul. Tempos depois, o estádio do Corinthians, que ainda é um projeto, foi aceito para ser o palco de abertura da Copa de 2014. Isso após ser analisado que a cidade de São Paulo não teria condições de sediar tal evento. Tudo isso com a aprovação do Presidente da República, Lula, Corinthiano, diga-se de passagem. CBF convida Zezé Perrella, presidente do Cruzeiro, para ser chefe da delegação brasileira em amistoso em Dubai. A princípio uma notícia interessante, mas analisando a fundo ela se torna ainda mais. Zezé se ausentará de Minas Gerais 1 ou 2 dias depois de seu time ter sido incrivelmente prejudicado em um jogo exatamente contra o Corinthians. Deve ser coincidência, ou então Zezé deve ter sido chamado apenas para se ocupar com o Brasil e não ter tempo de reclamar durante a semana seguinte ao jogo Corinthians x Cruzeiro.
   A cada dia que passa, o futebol deixa de ser arte, paixão, e passa a ser empresa. E uma empresa daquelas que nem mesmo os funcionários aguentam trabalhar. Deixa de ser um esporte para ser um jogo, e um jogo de dinheiro, política e poder.
   Eu, quando criança, ia aos estádios com meu pai, apenas com a vontade de ver meu time jogar e torcer por ele. Ou então para ver qualquer time jogar, movido pela paixão e pela arte que é (ou era) o futebol. Ele movia o coração de um menino que gritava encantado num estádio mesmo que vazio. E ali meu pai me contava histórias de antigos narradores, jogadores, técnicos e equipes que faziam qualquer um encher os olhos.
   O que penso agora é: quando eu for o pai, o que vou contar ao meu filho quando o levar ao estádio? Que vi um campeonato sendo entregue para uma equipe? Que vi a entidade mór do futebol nacional aceitando tudo como se não soubesse de nada? (exatamente igual ao Sr. Presidente da República fez quando atos de seu governo foram questionado) Aliás, talvez não precisarei contar nada, porque ele talvez nem queira ir ao estádio, e nem ver o jogo pela televisão.
    Espero que isso tudo mude e, um dia, eu possa ir ao estádio com meu filho e gritar GOL, sem conferir se o árbitro interferiu no lance. E ainda contar para ele a história do que acontece hoje no futebol. E espero que essa história que eu contar tenha um final feliz. Final feliz para o torcedor brasileiro, final feliz para os apaixonados pelo futebol brasileiro.
 
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