23 de set. de 2011

A Princesa e o Bobo da Corte

Era uma vez, num reino bem distante, uma princesa e um bobo da corte.
Eles eram muito amigos, estavam sempre lado a lado, brincavam juntos, passeavam juntos pelas dependências do castelo...
A rainha confiava muito no bobo da corte para proteger e ser fiel a sua filha, para ser amigo dela. E ele fazia
muito bem essa função. É certo que ela retribuía, também era muito leal ao bobo da corte.
Quando crescida, a princesa fez uma longa e duradoura viagem, deixando o seu amigo sozinho no reino com os afazeres de sempre. Ele, apesar de sentir grande saudade da princesa, continuou levando sua vida, e além disso, ele conservou os outros amigos e os pertences da princesa, fez com que eles ficassem aguardando ansiosamente o seu retorno.
Muito, muito tempo se passou.
"Festa, festa, festa!" O bobo da corte convidou outros amigos da princesa, conversou com a Rainha e marcou uma festa para o retorno dela ao reino. Estava tudo certo, mas algo estranho viria a acontecer.
A princesa não avisou direito que dia voltaria, que horas chegaria, como chegaria. Todos no reino ficaram apreensivos. A Rainha ficou muito nervosa e preocupada, afinal, esse comportamento não era do feitio da princesa. Então, a Rainha mandou que o Bobo da corte cancelasse a festa e "desconvidasse" os convidados.
Ele prontamente atendeu ao pedido-ordem da Rainha, mas seguia querendo fazer uma festa para a princesa, pelo menos ter uma longa conversa em mais um dos passeios deles pelo lago.
A princesa voltou.
O bobo da corte ficou muito feliz, mas ao conversar com a princesa percebeu que algo estava errado nela, o comportamento estava mudado. O que será que teria acontecido com a princesa?
Aos poucos o bobo da corte foi percebendo que cada vez mais a princesa se afastava dele, e ele não entendia o porquê disso. A amizade foi diminuindo, mas o bobo da corte acreditava que era ainda era ela. Acreditava que a amizade não iria acabar. E assim foi por algumas semanas.
Certo dia, uma notícia abalou o reino! A princesa começara a namorar um sapo. A Rainha ficou assustada, disse que um sapo não poderia fazer bem a sua filha. A menina diz que ele virará um príncipe - era o comentário no castelo.
Os dias foram passando e nada do sapo se transformar. Ele e a princesa brigavam muito, mas ela parecia cega por ele.
O bobo da corte já nem era mais lembrado pela princesa, eles se afastaram, mas não por vontade do bobo, que ainda acreditava na amizade deles. Pouco se viam, o bobo conversava as vezes com a rainha, mas na maior parte do tempo ficava em seus aposentos, ou cuidando dos animais do castelo.
A distância entre os dois foi aumentando cada vez mais. Enquanto o namoro da princesa com o sapo seguia, assustando a todos no castelo. O sapo e o bobo da corte se cumprimentaram 2 vezes, nas quais o sapo mostrou enorme arrogância para com o bobo, parecia temê-lo, parecia ter ciúmes da amizade que existia (ou existiu) entre ele e sua princesa.
Mais alguns meses se passaram, e eles se encontraram na festa da princesa do reino ao lado, que também era amiga dos dois. Quando chegou acompanhada de seu sapo, a princesa mal cumprimentou o bobo da corte, apenas acenou, como se fosse um mero conhecido. O bobo se abalou. 
A festa foi passando, todos animados, exceto o bobo, que queria entender o que acontecera com sua tão amiga princesa. Sim, amiga, porque para o bobo a amizade dos dois ainda não acabara. Quando foi ao salão de alimentação para comer um doce, o bobo encontrou a princesa saindo de lá, indo levar ao sapo uma mosca crocante. Eles se cruzaram, se entreolharam e a princesa disse: "Vossa mercê tem conhecimento que eu não posso falar com você, não é?"
Aquela frase abalou ainda mais o bobo, ele logo entendera que ela não falar com ele seria uma ordem direta do sapo. 
Pouco depois, a governanta, que viu o diálogo dos dois no salão, foi conversar com o bobo e já sabendo o porquê da princesa ter dito aquilo a ele, perguntou se ele sabia. O bobo respondeu que sim, e que se sentiu muito ofendido pois sonhava que a amizade deles jamais acabaria. Ainda mais por causa de um sapo. O bobo da corte prezava muito a amizade da princesa, era a maior que ele já teve, nenhuma das outras amizades do bobo chegava perto do tamanho da amizade dele com a princesa.
Tudo foi arruinado aquela noite. 
O bobo da corte ainda naquele dia conversou com a Rainha sobre sua vida, mas não citou a princesa e o sapo para não estragar a "felicidade" dela. 
Alguns dias depois, ele cruzou com a princesa no reino enquanto ia falar com a Rainha. Mas a jovem e ele não trocaram uma palavra no momento. Os funcionários do castelo ficaram surpreendidos com esse fato, que jamais havia acontecido.
Tempos depois, a princesa foi a uma corrida de cavalos, aonde encontrou o bobo da corte. Eles estava sozinhos, desacompanhados, e a princesa foi falar com o bobo como se nada tivesse acontecido, o bobo, muito mexido com o que aconteceu no passado, não sabia como lidar com aquela situação. Ele pensava: "Como é? Perto do sapo não pode falar comigo, e agora, sozinha, pode? Isso não é amizade". Conversou por educação com ela, logo se despediram.
O bobo da corte tomou a decisão de conversar com a princesa e esclarecer o que estava acontecendo. Mandou 2 cartas a ela, uma delas a princesa respondeu dizendo que quando pudesse, procuraria o bobo. Isso não aconteceu, ela não o procurou. E o bobo nunca pôde resolver essa situação, não cabia a ele, mas sim a ela, enxergar o que estava acontecendo. Ela estava abandonando a amizade mais bonita que já foi vista em qualquer um dos reinos das redondezas. 
Hoje, a princesa segue namorando o sapo (sim, ainda é um sapo) e o bobo segue levando sua vida pacata, mas sempre com um ponto de interrogação na cabeça sobre o que acontecera com a princesa.
O bobo já admitiu para amigos próximos que se um dia a princesa precisar, ele estará pronto para apoiá-la, pois independentemente do que ela fez a ele, do mal-trato que ela o deu, ele sabe o valor da amizade que existia entre os dois. E que não deve hesitar em aceitar essa amizade de volta, pois era algo muito forte e bonito.
A princesa nem liga para o que aconteceu entre os dois. Segue namorando seu sapo sem enxergar o que acontece a sua volta, e sem enxergar o que o sapo lhe faz.
O bobo da corte conversa ainda com a Rainha as vezes, pois, como sempre, existe uma relação de muito respeito e admiração de um pelo outro. E quanto a princesa, ele disse que, apesar de apoiá-la se necessário, não vai procurá-la, que ela precisa reconhecer o valor da amizade. E para a amizade deles ser retomada depende dela, porque o bobo já fez a sua parte, tentou por diversas vezes e ela não permitiu.
Fique claro que o bobo não sente necessidade da amizade dela, pois outras amizades conseguem supri-la (mas não substituí-la), mas ele sabe que amizade igual aquela ele jamais terá, pelo menos não nos próximos anos. E espera muito que a princesa reconheça isso.

Ps: Toda fábula termina com uma lição de moral, mas essa não. Serve apenas para a "princesa" refletir sobre o valor das amizades que têm e como lida com essas amizades. Afinal, nada é tão grande no mundo quanto o valor de um verdadeiro amigo. Que cada "princesa" entenda como quiser.


                                                         (Fábula baseada em fatos reais)

27 de mar. de 2011

Homens & Mulheres

   O título inicial desse texto seria "Homens x Mulheres", mas de nada adianta a famosa guerra dos sexos. O válido nisso tudo é uma saudável comparação, analisando os pontos positivos e negativos de cada um, sem colocá-los em choque. Não prometo que conseguirei não colocar os sexos no ringue, qualquer briga é mera culpa do acaso.
  As mulheres amadurecem mais rápido.
  As mulheres se emocionam mais.
  Os homens são mais verdadeiros.
  Os homens são mais amigos.
  Essas frases são ditas pela maioria das pessoas. E eu concordo com todas. Porém, tenho de esclarecer alguns detalhes.
  Para começar, vale dizer que todas as opiniões a seguir não têm base científica, são fundadas em observações deste autor que vos escreve.
  As mulheres amadurecem mais rápido sim. Enquanto os homens seguem com brincadeiras infantis e um enorme medo de conhecer o universo feminino, elas já estão se preparando para tudo o que vier. Por isso, talvez, os homens nunca têm certeza do que dizer e de como agradá-las, mas elas sempre sabem ou fazem alguma ideia do que ele irá dizer.
  Sim, as mulheres se emocionam mais. Algumas pessoas retrucam essa afirmação dizendo que os homens também se emocionam, mas para parecerem "machões", não esboçam isso. Eu insisto em dizer que os homens também se emocionam, claro, mas as mulheres, em geral, sentem as mesmas emoções de forma mais intensa. Ou seja, a diferença está no modo de expor a emoção. O homem demonstra, a mulher divulga.
   Os homens são mais verdadeiros. Os homens são mais amigos. Essas características masculinas se entrelaçam, afinal, os melhores amigos são os verdadeiros. A verdade masculina anda junta com a falsidade feminina. Uma mulher encontra outra na rua, a chama de linda, vira as costas e fala mal da mesma. Os homens não tem isso. Não tem cumprimento de roteiro, falam a verdade ou se calam, não mentem para qualquer um na rua. Outro lado é que falam exatamente o que pensam aos amigos. Se um amigo errou, ele critica, e não consola como fazem as mulheres.
   Vale ressaltar que as opiniões sobre as observações deste humilde autor, foram colocadas aqui levando em conta a maioria dos homens e a maioria das mulheres. Afinal, ambos os sexos têm seus componentes  peculiares.
   Tudo bem, sei que no final teve umas críticas a elas, mas a intenção não é essa. Tanto não é que reconheço, que as mulheres são extremamente irritantes. Ao passo em que são, extremamente magníficas, charmosas e poderosas. Com todos os seus problemas, que jamais serão entendidos, conquistam os homens de forma exuberante.
   Nós, homens, meros mortais. Nós que somos verdadeiros, sejamos verdadeiros agora. Poderíamos ser melhores em tudo, mas nunca subestimaríamos o poder feminino de fazer nossos queixos caírem.

14 de fev. de 2011

Ser Criança

"Eu fico com a pureza da resposta das crianças..."

   Não, não entrarei no mérito se a vida é bonita ou se devemos viver como um eterno aprendiz. Apenas, ficarei com a pureza das crianças. Esses seres tão frágeis, inofensivos e dependentes. Tão manipuláveis.
   Como é perigoso ser criança.
   Como é lindo ser criança.
   Quem se preocupa com elas, quem as vigia, são os mais velhos. São eles que têm que tomar conta a todo tempo. São eles que ficam horrorizados com crianças sendo sequestradas, mortas, levadas para sempre. E elas, as crianças, em si? O que fazem? Apenas querem sorrir, se divertir. Um passeio pela cidade não é motivo de atenção com quem conversa com ela. A criança quer ( e muito) aceitar a bala do estranho.
   Não quero dizer que os adultos não devem se preocupar, pelo contrário. Devem, sim, se preocupar. Apenas não devem preocupá-la. Deixá-las curtir tudo. Curtir um balanço, que pode ser um simples balanço ou uma nave espacial pronta para decolar rumo ao infinito. O infinito, aliás, o que é isso? O que é o infinito na visão de um simples criança?
   A cada ano que passa você adquire conhecimento. Esse conhecimento te dá uma visão do mundo, do que existe. Então, seria o nosso mundo, o nosso infinito, "maior" que o de uma criança?
   Não, claro que não. Quando se pensa em Papai Noel, o que vem em sua mente? Presentes e festa em família? Uma mentira? Talvez. Agora, o que pensa uma criança quando se fala em Papai Noel? Quantas histórias surgem na cabeça dessa pequena pessoa com uma mente enorme? Sim, o mundo delas é maior que o nosso.
   A essência da criança, é que ela faz seu próprio mundo, como bem quer, enquanto nós, somos feitos pelo mundo.
   Nós temos uma delimitação. O nosso conhecimento delimita o nosso mundo. Enquanto o mundo da criança, com pouco conhecimento, é aumentado em um milhão de vezes pela imaginação.
   Elas sim, sabem aproveitar a vida. Nós temos tantas coisas para fazer, sonhamos com o momento em que poderemos ficar sem fazer nada. Ficar em casa, olhando para o teto. Não conseguimos rir diante de alguma situação boba. A alegria talvez já não seja o nosso maior objetivo. E sim pagar contas e resolver problemas pessoais. Alguns dizem que a criança é feliz porque não tem problemas. Erro deles, os problemas apenas não são os mesmos. "Com qual boneco brincar hoje?" e  "Como contar para minha mãe que quebrei o vaso de plantas dela?" Sim, podem parecer muito bobos, mas para a criança isso é motivo de grande preocupação. É dessa forma que ela aprende a vivenciar e solucionar problemas. Essa é a vida as preparando para o que vem pela frente.
   As crianças querem fazer algo o tempo inteiro, seja brincar, cantar ou pular, basta fazer. Jamais desejam, como nós, ficar sem ter o que fazer. Elas conseguem rir em qualquer situação. Isso as tornam alegres. Apesar de preocupadas com o vaso quebrado, elas conseguem rir do que aconteceu. Nós, não. Apenas queremos resolver os problemas, sem tirar proveito algum. Talvez não porque não queremos aproveitar, apenas porque não conseguimos, não sabemos como fazê-lo.
   Uma parte de cada um de nós ficou na infância, escondida em algum lugar, dentro de nós mesmo. Talvez a nossa parte mais bonita. Com certeza a mais pura. Precisamos urgentemente encontrá-la. Para sorrir com uma verdadeira alegria. Sorrir apenas por estar ali, vivendo. Precisa de maior motivo?
   Como disse, ser criança é perigoso. Perigoso para os adultos, que esquecem a parte boa e só se preocupam. Para as crianças, é ótimo ser criança, e elas nem sabem disso. Não sabem porque tem estórias para criar que são mais importantes do que ficar se preocupando com o que é, e como é a vida.
   Deveríamos aprender com elas. Viver para ser feliz, viver sorrindo. Se caso algo dê errado, aí então consertamos isso. E resolvemos esse problema sorrindo, da melhor maneira.
  Larguemos o mundo. Façamos nosso próprio mundo. Com um belo sorriso no rosto.
  Um sorriso como o da "resposta das crianças", puro.

25 de jan. de 2011

Férias: Carpe Diem!

   Salve, salve! Férias: tempo de fugir de tudo que é rotina. Ou melhor, de criar uma nova rotina. Renovada a cada dia. Rotina de férias é ter uma nova rotina a cada amanhecer.
   Amanhecer que varia de um dia pro outro. Pode ser às 8 da manhã, ou às 2 da tarde. O seu amanhecer. Nesse período é você que dita o ritmo.
   Aliás, é você, também, que escolhe qual dia da semana está. Sim, podem ser apenas domingos ou apenas sextas-feiras. Pode se sentir bem, querendo festas a todo tempo, apenas sábados. Pode também viver de ressaca de um "fim-de-semana" agitado, podem ser apenas segundas-feiras.
   Durante o ano inteiro aparecem vários programas e atividades para fazer com os amigos, você nunca pode, está sempre trabalhando e/ou estudando. Então, chegam as férias. Com elas, teoricamente, ainda mais programas. Teoricamente porque não é exatamente o que acontece. Alguns viajam, outros hibernam em casa. E você? Faz o quê? É mais um a hibernar? Fica no computador, na TV, dorme? Não faça isso. Algo muito grande te espera "lá fora". Fora da sua caverna depressiva e auto-corrosiva.
   Vá ao encontro do Sol. Das pessoas. Talvez não das suas pessoas, mas das pessoas. Sinta a energia humana. Convívio social faz bem a saúde. Caminhe em um parque, pratique exercícios. Vá ao clube, a um sítio. Nade, ande a cavalo, sinta o perfume das flores e o cheiro de terra que só a Natureza te fornece.
   Use filtro solar. Sim, é melhor esse conselho do que os outros que te levam a espiar pessoas que não tem o que fazer da vida.
   Saia de casa! Faça algo produtivo, trabalhe! Trabalhem relaxados, não pensem no trabalho que têm durante o ano inteiro. Trabalhe duro! Trabalhem com entusiasmo no que escolher, seja um curso que sempre desejou, seja ajudando as pessoas. Aliás, ajude! Ajudar voluntariamente é uma das mais belas atitudes que o Homem pode ter. Faça as pessoas sorrirem. Esse é o maior pagamento que você pode receber. Ajude crianças, adultos, idosos. Sem que eles peçam. Apenas faça!
   Abrace! Todo mundo gosta de um abraço, e é um presente que você adorará receber de volta. Frase batida, mas que diz a pura verdade.
   Apenas não fique em casa, não se reprima. Não olhe só para uma parede ou para uma tela. Por mais divertida que seja, ela não vai retribuir o seu sorriso, e nem enxugar a sua lágrima.
   Você está de férias, não está preso. Se liberte. Não se libertar de algo ou de alguém. Liberte-se de si mesmo. Seja feliz. Curta os momentos, aproveite-os ao máximo. É o verão.
   Férias, verão... Ah, o verão!
   Lembro-me da minha infância, construindo castelos com um palito de picolé no topo por várias praias com a família. Sendo enterrado em buracos ou coberto dos pés ao pescoço com areia pelos meus primos. Fazer o quê? Eu era o mais novo, tinha que aceitar. Ok, adorava ir no mar depois só para tirar todo aquela areia do corpo. Me divertia a todo instante. As férias inteiras. O verão inteiro.
   Agora, crescido, é diferente. Agora sou eu que cubro uma criança de areia, sou eu que admiro o trabalho arquitetônico feito em seus castelos. Sou eu o responsável por mim mesmo durante um passeio. Sem ter que ficar ouvindo ordens, mas isso é outro assunto. A ideia hoje é: antes me divertindo com tudo, de castelos a jogos de futebol. Hoje sigo me divertindo, mas de outras maneiras, mas com a mesma intenção: viver e aproveitar, curtir as férias.
   Fazendo o que quer que seja, aproveitando da melhor maneira. E acreditem, não há melhor maneira de aproveitar todos os momentos senão na presença das pessoas que choram, sorriem e vivem com você e da Natureza.
   Seja feliz, faça as férias valerem! E cada momento ser único, para poder contar a todos pelo resto do ano. Pelo resto da vida!
   Carpe Diem!

6 de jan. de 2011

Saracumirim

   Saracumirim é a terra dos sonhos, do seu sonho. Tudo o que precisar, estará lá.
   Pode estar em qualquer lugar. Se você quiser que seja a direita, será. A esquerda, também será. Dos dois lados, também. Se quiser que seja no campo ou na praia. Basta pensar.
   Por lá se realizam sonhos, qualquer tipo deles. Desenhar uma casa e ela aparecer, lá é o lugar. Um cachorro igual ao da propaganda, é só querer, que ele sai da TV e aparece no seu colo.
   As pessoas que você sempre sonha encontrar, ou que sempre encontra em sonhos, estão todas lá. Se reunindo, fazendo o que você deseja. Dormindo ou festejando. Festejando por dormir à vontade ou dormindo por ter muito festejado.
   Não há muito o que fazer assim que chega  na cidade. Há o que, apenas, idealizar. Aliás, falando em chegar, pode ser de várias maneiras: aviões, navios, caravelas, carros, carruagens, cavalos. Tudo entra em Saracumirim a toda hora, a não ser que você diga não.
   Saracumirim é única. Uma para cada pessoa. Afinal, cada pessoa pode ter a sua Saracumirim diferente, mas podem ser também iguais, ou as mesmas. Vivendo em harmonia, pode ser igual ao lugar onde vive, pode ser completamente incompatível.
   Aliás, cada pessoa também é única. Então pode ser dito que uma pessoa para cada Saracumirim. Será ela muito diferente de nós, então? Afinal nós somos o que imaginamos ser. Manipulados por outros, talvez. Saracumirim é o que imaginamos, todavia, é manipulada por nós mesmos, por cada ideia brilhante que entra e sai a todo momento de nossa mente. Cada ideia transparente que transparece a todo momento.
   E qual a estrada para lá? Qualquer uma. Lá se chega sonhando. Acordado ou dormindo.
   Não é aconselhável que se conte muito sobre lá. Acabaria contando como é a minha. E cada um com a sua,  mas se for igual ou a mesma de outra pessoa, será por pura coincidência. Sim, pois pra ser igual, você tem que querer que seja, e a outra pessoa também.
   Ah, claro! Saracumirim também não é terra de somente maravilhas. Afinal, de toda mente sai algo ruim. Se quiser sair de lá, então, não hesite. O povo Saracumirinhamo é obediente, pode ficar triste com o fim da sua visita por lá, mas deixa-o ir embora assim que desejar, se recolhem e acenam no mais profundo adeus visto pela cidade. E a cada dia mais e mais profundo. Mais e mais adeus. Mas mais e mais "olá, bem-vindo" assim que você chegar a cada dia.
   É, talvez nem todas as mentes tenham ideias ruins. As crianças! Ah, as crianças! Tão inocentes e indefesas, mas suas mínimas e poderosas mentes, com toda sua simplicidade, governam Saracumirim como nunca dantes visto por alguém mais velho. Um homem de lá me contou que - bem, ele contou para mim. Não contou para os outros, ele não quis. Ou eu não quis que ele quisesse. Melhor deixar assim.
   Se quiserem visitar Saracumirim, é logo ali. E a milhares de quilômetros de distância, ao mesmo tempo. Ela não consta no mapa. Não nos mapas desenhados e espalhados por aí, consta no seu mapa, e no meu, a minha. E quer um segredo? Eu todos os dias jogo meu mapa fora. No dia seguinte ela estará em outro lugar, de que adiantaria um mapa velho?
   Ela estará a cada dia num novo lugar, com uma nova função, com tudo novo, a meu ver.

26 de dez. de 2010

Adeus ano velho, feliz ano novo.

   Fiiiiim de papo em 2010!
   O ano está terminando, último domingo, último texto do ano.
   Muitos foram os fatos e as pessoas que apareceram em 2010, mas prefiro não me arriscar em uma retrospectiva para não sofrer recordando: enchentes no Rio; falecimentos de celebridades como Ed Wilson, José Saramago, Armando Nogueira, Lady Laura e Polvo Paul; "nascimento" de Justin Bieber, Cine, Restart e Stephany; "tristes e lamentáveis" acontecimentos como a separação de Cláudia Raia e Edson Celulari. Restaria comemorar a visita de Paul McCartney.
   É, melhor esquecer o passado e olhar adiante, fazer "previsões" sobre 2011. Lá vou eu:


   Em Janeiro, o Brasil ficará comovido com mais enchentes e deslizamentos, e também ainda mais indignado com o caos aéreo.
   A torcida da Gaviões da Fiel e da Mancha Verde provocarão uma a outra, durante a apuração dos desfiles das escolas de samba de São Paulo.
  Todos irão reclamar do final da novela "das 8" e farão piadas dizendo que a novela das 8 passa as 9.
  Inúmeras pessoas vão assitir ao Big Brother, dizer que ele não serve para nada e que só assistem pois tem que ter assunto para falar com os outros.
  95% das pessoas dirão, ao encontrar com o vizinho no elevador, que "esquentou, né?".
  Torcedores discutirão se o Flamengo é ou não hexa. Torcedores discutirão sobre quem é o melhor do  campeonato e brigarão por isso. Em suma, torcedores discutirão.
   Alguma ex-BBB posará na PlayBoy.
   Um famoso irá morrer e comover o Brasil e, talvez, o mundo.
   Deputados, senadores e outros políticos serão acusados, investigados e sairão depois para comer pizza.
   Um filme estrangeiro terá mais espectadores do que um nacional, infelizmente.
   Você receberá e-mails afirmando que seu desejo se realizará após repassá-lo para x pessoas. Receberá outros e-mails dizendo sobre um novo golpe. Outros ainda com fotos de um super hotel, provavelmente em Dubai.
   Você será o visitante 999.999 de algum site e será premiado "clicando aqui".
   Fernando Alonso será criticado por sua postura egocentrista durante as trasmissões das corridas de Fórmula 1.
   Danilo Gentili vai apanhar de algum segurança.
   Jô Soares usará roupas esquisitas e coloridas em seus programas.
   Alguém dirá que é parecido com um famoso no Altas Horas, mas não será nada parecido.
   Um padre será acusado de pedofilia.
   Faustão irá interromper algum artista durante sua apresentação.
   Todos reclamarão da novela do "Vale a Pena Ver de Novo".
   Pelé vai falar alguma(s) bobagem(s).
   Vai passar "Esqueceram de mim" na televisão.
   O ENEM será uma bagunça.
   Simone só vai aparecer no Natal, cantando "Então é Natal".
   Roberto Carlos terá um especial de final de ano na Globo.

   É, essas são algumas das minhas difíceis previsões para o ano que se aproxima.
   Feliz Ano Novo para todos e até 2011!!!

20 de dez. de 2010

E agora, o que será?

   É, amigos, terminou.
   Foram 15 anos. 15 longos anos.
   A primeira vez que fui à escola, muitos anos atrás. Imagino ter chegado lá inocentemente, cheio de pontos de interrogação, sem saber ao certo o que era aquilo. Sem saber o que iria encontrar. Sem saber se teria amigos, ou o que era "amigos", sem saber se as professoras - Quem eram? - seriam legais como minha família. Sem saber se o prédio do colégio seria aconchegante como a minha casa.
   Era um universo pequeno. Queria apenas brincar e receber carinho da minha família. Algo novo, muito novo, me aguardava.
   E fui me acostumando, desvendando lugares que até então só eram vistos na imaginação de uma criança, mas estava ali, na própria escola. Professoras, pessoas maravilhosas. Brincadeiras incríveis. Porém, o que mais se destacou entra todas as maravilhas do mundo chamado escola foram eles, os amigos.
   Ah, os amigos! Nada há melhor nessa vida do que os amigos. Poderia prometer escrever sobre eles e contar histórias vividas ao lado deles por todos os domingos da minha vida, são tantas.
   Cresci com eles, aprendi, caí, levantei, errei, errei, errei e acertei. E acertei mais. Muito mais. Acertei muito porque não há acerto maior na vida do que ser amigo, do que viver a amizade.
   Amigos podem ser tudo. Psicólogos - para te ouvir. Palhaços - para te alegrar. Advogados - para te defender (ou até acusar). Médicos - para tentar cuidar de algum machucado. Professores - para te ensinar o que não sabe. Enfim, como disse, podem ser tudo.
   E agora? Esse ciclo acabou. A escola. Não tem mais. Terminei o Ensino Médio. Vestibular é uma porta para a faculdade. E a faculdade é o que? Nova vida? Todos dizem que "a verdadeira amizade nunca se separa", concordo plenamente. O que me preocupa é o fato de que, durante a vida escolar, o encontro com os amigos é diário, todos os dias você vê a todos, ou a quase todos. Pode ser que não converse com eles, mas um simples cumprimento, aperto de mão, abraço, ou qualquer outro tipo de contato, renova, a cada dia, o vínculo com eles. A faculdade, sempre tão almejada por nós, agora é colocada em xeque, apenas pelo fato de não separar, mas distanciar os amigos.
   Creio que agora separam-se os falsos amigos, que infelizmente existem - e arrisco dizer que todo mundo tem, ao menos, um desses. Ficam as verdadeiras amizades, tanto aquelas que surgiram quando você entrou pela primeira vez na escola, tanto as que surgiram no difícil e tenebroso ano de cursinho.
  São essas que vão nos acompanhar, espero eu, para sempre. Para sempre que puderem e que pudermos. Porque, o que queremos, é que a eternidade seja como a escola, cheia de amigos. Por todos os lados.
   Não tenho um final bolado para esse texto, e isso se deve ao simples fato de eu não saber o que vai acontecer agora. O futuro é incerto. Vivendo um momento de cada vez que descobriremos.
   O final mais adequado ao que vivo agora, é muito simples. Que pode não ser entendido, ou pode ser muito bem entendido. Adianto minhas desculpas a quem não entender, mas é só o que tenho a dizer, por agora. Talvez no futuro possa responder a mim mesmo:
   ?